Dealema
Dealema - Fado Vadio songtekst
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Tudo que eu tenho é uma caneta e o pôr do sol desenhado No canto de um papel, amarrotado pelo meu ódio Acredito em pesadelos belos Quando a vida dá-me estalos com luvas de ferro, mano Queimo tempo como nicotina acesa ao vento Dou poemas para amigos, empatia vou colhendo Dealema colectivo, na tempestade o meu abrigo Procura o teu porque nem o céu é o limite Carrego o meu orgulho como um amuleto ao peito Sujeito a ser comido por este mundo imperfeito Respiro música, fria como a rua escura Necessito a vossa ajuda, temos que tagar a lua Prefiro inimigos do que falsos amigos Isto é o fado dum poeta vadio de bolsos lisos Mas de coração cheio, vou compreendendo Que a máquina que move a vida é o sentimento Desde os blocos de cimento à s salas de julgamento Noventa por cento de nós acabam por ir dentro Acredita em mim, mano, a reputação é fachada Perante os obstáculos diários nesta longa caminhada Num dia temos tudo, no outro não temos nada Bem ou mal, nunca percas o equilÃbrio, há que ser racional Porque o amor é a um passo do ódio Nas situações extremas, tens que ser frio para resolver problemas Porque quem tem tudo, vive por trás de um escudo Mas quem não tem nada, vive pela lei da espada A sentença é pesada, mas encara-a de frente Quem tem vergonha do que sente, perde sempre e nunca ganha O peso na consciência é clara evidência da falta de experiência No campo do relacionamento humano Eu mantenho-me distante do que considero inoportuno Comandante do meu rumo, sou eu quem faz o meu turno Tudo aquilo que vivemos são histórias Tudo o que temos agora são memórias Sempre olhando em frente, verso a verso Criando o futuro, passo a passo Nada aqui é permanente Tudo o que tem começo também acaba Cinzas, pó e nada Os filhos da madrugada, bem aventurados O nosso fado faz chorar as pedras da calçada A brilhar como o orvalho na madrugada O nosso fado faz chorar as pedras da calçada Levamos músicas até à s últimas consequências O impacto altera a consciência Há quem viva esta vida em vão Sem dar valor à dádiva, sem acção Como um espectador de televisão Qual é a direcção? Quem saberá... Vivemos ao Deus dará Muita gente tira e muita pouca dá A vida são dois dias, um deles é para acordar O tempo começa a apertar Está na altura de expulsar os vendilhões do templo Criar sustento, parar, pensar e apreciar o momento Somos guiados por valores: Uma voz interior que me move Encontro o verdadeiro norte O coração sofre quando alguém parte Porque o amor é forte como a morte E foi na arte de viver que nos reconhecemos Erguemos isto desde os velhos tempos, que saudade! A nossa história é única, como uma rubrica Canto esta canção com paixão, como se fosse a última Vivemos tempos soturnos, nestes locus horrendus Não é à toa que vêm à tona os nossos medos mais intensos Nós lidamos com sentimentos, sem ressentimentos Seguimos pressentimentos Vozes interiores sussurram orientação Dão-nos a obrigação de ver na vida uma benção Apesar da sucessão de depressões e desilusões Perdi batalhas, mas nunca perdi lições Aos dezasseis a vida eram rimas e sprays Dias bem difÃceis que passava para os papéis Ansiedades e angústias abalavam a alma Anestesiava os sentidos, tentava manter a calma Vi sonhos ruÃrem como castelos de cartas Quase desacreditei, abandonei as palavras Neste mundo de mau carma, armas e pragas Invado-me... A minha imaginação tem asas Exorcizo fantasmas nas folhas de um caderno Através da criação eu consigo ser eterno Poeta boémio, gato vadio NoctÃvago nas ruas deste Porto sombrio Os meus pais perguntam-me o que é que eu vou fazer da vida Prometo-vos, é este o ano em que tudo cambia Tenho fé, esse é o meu trunfo na manga Junto com os meus manos dou o grito do ipiranga Tudo aquilo que vivemos são histórias Tudo o que temos agora são memórias Sempre olhando em frente, verso a verso Criando o futuro, passo a passo Nada aqui é permanente Tudo o que tem começo também acaba Cinzas, pó e nada Os filhos da madrugada, bem aventurados O nosso fado faz chorar as pedras da calçada Tudo aquilo que vivemos são histórias Tudo o que temos agora são memórias Verso a verso, passo a passo Cinzas, pó e nada...