Adoro escrever, como adoro o common sense

Gosto de ouvir rimar um gajo que pense e compense

Isto hoje tá difícil, não sei bem onde é que tou

Sobre o que rimar – para onde é que vou?

Porque tenho de agradar a todos e a mim também

Pensar naquilo que eu digo para não magoar ninguém

Quando isto começou era menos complicado

Não era preciso cuidado – não chegava a tanto lado

Se digo uma asneira, tenho de encontrar maneira

De alterar o sentido de quase uma frase inteira

Porque a rádio não perdoa um pintelho que seja

Perdão, a rádio não perdoa uma falha que seja

Não pode ser assim, mas tenho de pensar em mim

E a comida na mesa? Donde é que vem o pilim?

Se calhar penso demais, se calhar não devia

Se calhar cago nisso e amanhã é outro dia



Faz o que quiseres, p'ra mim tá tudo bem

Alright, alright...

Faz o que quiseres, p'ra mim está tudo bem

ok, ok...



Então siga, dá-me o que quiseres,

Dá-me o que tiveres, dá-me o que puderes,

Quero dinheiro, carros e mulheres

Tudo isso e muito mais, sempre mais...

Quero ser capa de todas as revistas e jornais

É memo assim, chegou a hora da verdade, reconhece

Cada coisa com o nome que cada coisa merece

Que se lixe o som... venha lá mas é a guita!

Final do playback, no camarim quero uma pita

É tudo bom, mais uma linha porque aqui ninguém aparra

A minha banda representa, arrasa o que agarra

Queres a minha vida? Pagas bem por ela...

Pita, ouve o que te digo, levam todos por tabela

Do quê que tavas à espera? Que fosse tudo de graça?

Isto não passa de um jogo, e adivinha só quem é a caça

Não há-de ser aqui o moi, vai chamar o teu papá

Crava uns trocos para a marca de roupa que aí virá



A bola tá do teu lado, meu irmão

O quê que vais fazer? Mete a mão no coração

Pergunta a ti mesmo qual é todo o sentido

Daquilo que tu fazes, segreda-me ao ouvido

Você decide – o voto é secreto e directo

Mostra-me amor e afecto, bom-senso, intelecto

Sê correcto – contigo e com quem mais tu puderes

Para mim está tudo bem, se tu estiveres

A bola ‘tá do teu lado, meu irmão

O quê que vais ouvir? Põe a mão no coração

Pergunta a ti mesmo qual é todo o sentido

Daquilo que tu fazes, segreda-me ao ouvido

Você decide – o voto é secreto e directo

Mostra-me amor e paixão, um pouco de raça e tesão

Usa a razão – contigo e com quem mais tu puderes

Para mim está tudo bem, se tu estiveres